CARRO PARA POBRE? OU CARRO POPULAR?2 min leitura

Montagem lordcryptobr

A jornalista Antônia Fontenelle causou polêmica em entrevista ao falar em carro para pobre ao criticar o programa do governo federal para barateamento dos chamados “carros populares”, sugerindo que a preocupação e prioridade do governo deveria ser transporte público e digno.

As premissas de Fontenelle começaram erradas. Primeiro que carro “popular” não é “carro para pobre”. É um veículo não luxuoso, voltado para consumidores das classes C ou B… gente com renda familiar segundo o IBGE entre R$ 2,9 mil e R$ 7,1 mil para a primeira e entre R$ 7,1 mil e R$ 22 mil para a última.

O custo mensal estimado para pagamento da prestação e demais despesas comuns é coisa de R$ 3.500,00.

Ou seja, pessoal da faixa mais alta da classe C já suporta comprar e manter um “carro popular” junto com as despesas básicas, e ainda há que considerar o tipo de despesas de quem está comprando. Os da classe B, ainda mais tranquilamente, inclusive nessa classe as vezes a família tem mais de um automóvel. 

Outro ponto na análise da questão é que não há “governo único” no Brasil, ele tem 3 esferas. A mobilidade urbana é atribuição dos governos municipais. Sendo assim essa não é uma política que caiba ao governo federal, que pode até fomentar articulações de nível macro, para ajudar prefeituras e o nicho industrial empresarial relacionado, mas é uma cobrança que não lhe cabe no sentido que foi formulada.

O fomento da economia e indústria sim está na competência federal, e é justamente o que está sendo feito com o programa de incentivo ao carro popular. Sendo assim, o discurso da jornalista parece bem equivocado e “pilhador de incautos”. Ao mesmo tempo que pode ser lido como elitista e excludente, também tem apelo entre os de fato pobres, que realmente não tem a menor condição de ter carro novo, ou nem ter carro e dependem quase exclusivamente do transporte público. 

Quem pode ter carro tem e terá, nunca no Brasil vai usar transporte público por opção… e nem adianta o argumento de que “no exterior todo mundo usa transporte público”, primeiro por ser assimétrico, não temos o mesmo padrão sócio-cultural, muito menos a mesma infraestrutura, segundo por conter um certo nível de hipocrisia.

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